Os males da liberdade se corrigem com mais liberdade!

I should have loved freedom, I believe, at all times, but in the time in which we live I am ready to worship it.
- Democracy in America - Volume 2, Alexis de Tocqueville - Sever and Francis, 1864

sábado, 11 de setembro de 2010

Escândalo da semana


Sem dúvida, esse caso ganha dos presos que a criatura apóia.

Turma boa...



Comissão: 6% - o "ronaldinho" dela

A MÃE DE TODOS OS ESCÂNDALOS 4 - Israel recobra a memória: "

Na VEJA:


Na sexta-feira, Israel Guerra parece ter recobrado a memória. Por e-mail, ele admitiu ter feito o “embasamento legal” para a renovação da licença da MTA na Anac, em dezembro. Disse que recebeu o pagamento por meio da conta da empresa do irmão - que no dia anterior ele nem se lembrava que existia - e confirmou que ate “emitiu notas fiscais. Israel também admitiu ter apresentado o empresário Fábio Baracat à mãe-ministra, mas apenas “na condição de amigo”. O fato é que a vida do filho da ministra mudou significativamente desde que a mãe ascendeu na hierarquia federal. Depois de vagar por vários empregos públicos, sempre por indicação de alguém, ele parece ter se estabilizado financeiramente. Na garagem de sua casa, podem-se ver sinais de que a vida como lobista está lhe fazendo bem: Israel tem dois carrões, um Golf preto e uma caminhonete Mitsubishi L200 - somente a caminhonete está avaliada em 100.000 reais. Os carros estão em nome da ministra Erenice.



Israel Guerra: Lula tem o seu "Ronaldinho"; lembram-se? Erenice tem o dela...

Israel Guerra: Lula tem o seu "Ronaldinho", lembram-se? Erenice tem o dela...

Comissão: 6% - o contrato

A MÃE DE TODOS OS ESCÂNDALOS 3 – “Está na hora de você conhecer a doutora”: "

contrato-filho-de-ereniceNa Veja:

VEJA localizou um empresário que participou de reuniões com o filho, os funcionários da Casa Civil e Erenice. Em abril do ano passado, o paulistano Fábio Baracat, dono da Via Net Express, empresa de transporte de carga aérea e então sócio da MTA Linhas Aéreas, queria ampliar a participação de suas empresas nos Correios. A idéia era mudar as regras da estatal, de modo que os aviões contratados por ela para transportar material também pudessem levar cargas de outros clientes. Isso elevaria o lucro dos empresários. Baracat também desejava obter mais contratos com os Correios. Ele chegou ao nome do filho de Erenice por indicação de um diretor dos próprios Correios. Diz Baracat: “Fui informado de que, para conseguir os negócios que eu queria, era preciso conversar com Israel Guerra e seus sócios”.


O empresário encontrou-se com o filho da então secretária executiva de Dilma e o assessor Vinícius Castro. Explicou a eles o que queria - e ouviu a garantia de que poderiam entregar ali o que se encomendava. “Bastava pagar”, lembra Baracat. Nos encontros que se seguiram, Israel disse que poderia interceder por meio do poder da Casa Civil: “Minha mãe resolve”. Conta o empresário: “Impressionou-me a forma como eles cobravam dinheiro o tempo inteiro. Estavam com pressa para que eu fechasse um contrato”.


Após algumas conversas de aproximação, segundo o relato de Baracat, os sócios da Capital informaram: “Está na hora de você conhecer a doutora”. Os dois levaram o empresário para o apartamento funcional onde Erenice morava até março deste ano. Para entrar, Baracat teve de deixar do lado de fora celulares, relógio, canetas - qualquer aparelho que pudesse gravar o encontro. Erenice foi amável, abriu um vinho. “Ela conversou sobre amenidades e assuntos do governo. Erenice não mencionou valores ou acordos. Deixou evidente, porém, que seu filho e o sócio falavam com o aval dela”, diz. “Depois que eles me apresentaram a Erenice, senti que não estavam blefando”, admite Baracat, em conversas gravadas. “Israel e Vinícius passaram a me cobrar um pagamento mensal e exigiam que somente eles me representassem em Brasília.”

COMISSÃO: 6%

A MÃE DE TODOS OS ESCÂNDALOS 1 - FILHO DE ERENICE, QUE É SOMBRA DE DILMA, COMANDA INTERMEDIAÇÃO MILIONÁRIA DE VERBA PÚBLICA. PIOR: ERENICE PARTICIPA DE REUNIÕES. COMISSÃO: 6%: "


Dilma (à dir.) também tem a sua criatura: Erenice Guerra. Uma manda, a outra obedece

Dilma (à dir.) também tem a sua criatura: Erenice Guerra. Uma manda, a outra obedece


Veio à luz a mãe de todos os escândalos do governo Lula-Dilma. É muito mais grave do que o mensalão. Israel Guerra, filho da ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra — sucessora de Dilma na pasta e seu braço-direito, como todos sabem —, montou um grupo para fazer a intermediação de verbas públicas. Ele cobra uma taxa de sucesso: 6%. É pouco? Erenice, que já andou metida em outros casos nada republicanos do governo Lula, participou de reuniões. IMPORTANTE: a um empresário com o qual o grupo fez negócios, Erenice deixou claro: a dinheirama cobrada era para “saldar compromissos políticos”.


A matéria de capa da VEJA é de estarrecer. Posts abaixo, reproduzo trechos da reportagem de Diego Escosteguy, que contou com a colaboração de Rodrigo Rangel, Daniel Pereira, Gustavo Ribeiro e Paulo Celso Pereira. Ainda que espantosos, dão uma idéia pálida do que vai na revista. Eis um exemplar que se deve ter à mão como documento de um tempo.


A “Carta ao Leitor” de VEJA, que segue abaixo, faz uma síntese do caso. Leiam:


“A reportagem desta edição de VEJA revela que Israel Guerra, filho de Erenice Guerra, braço direito de Dilma Rousseff enquanto ela foi a incontrastável ministra-chefe da Casa Civil e sua sucessora na pasta, comanda um escritório de lobby em Brasília que trabalha azeitando negócios de empresários com o governo. A Casa Civil fica no 4° andar do Palácio do Planalto, exatamente acima do gabinete do presidente da República. Fossem os tempos que correm menos relativos em termos éticos, isso bastaria para deixar clara a inadequação do arranjo familiar montado no ministério mais próximo de Lula e mais poderoso da hierarquia administrativa do país.


Existem evidências de que a ministra, pessoa da intimidade e da mais estrita confiança de Dilma Rousseff, é responsável pelo sucesso dos negócios do filho com órgãos públicos. Empresários que desfrutaram da confiança de Israel e Erenice contam que a ministra participa de reuniões com clientes do filho e se compromete a abrir portas. O caso assume feições nigerianas de gestão pública quando a reportagem desce a detalhes do que se passa logo acima da cabeça do presidente. Um empresário do setor aéreo contou como conseguiu contratos de 84 milhões de reais nos Correios mediante a intervenção direta de Erenice Guerra, a cuja presença ele foi levado pelo filho. O negócio só saiu depois de assinado compromisso de pagamento de uma “taxa de sucesso” de 6% do valor dos contratos, cujo destino manifesto pelos lobistas-familiares-assessores-militantes petistas seria saldar “compromissos políticos”‘.


Dois assessores montaram um balcão de negócios na Casa Civil. Eles foram nomeados funcionários públicos, mas atuam como lobistas, recebendo ordens do filho de Erenice Guerra. A publicação da reportagem a vinte dias do primeiro turno das eleições fará brotar acusações de que o objetivo é prejudicar a candidata oficial, Dilma Rousseff. São especulações inevitáveis. Mas quais seriam as opções? Não publicar? Só publicar depois das eleições? Essas não são opções válidas no mundo do jornalismo responsável, a atividade dedicada à busca da verdade e sua revelação em benefício do país."

Na "república" petista....

Sem meias palavras: apenas fatos, verdades!

Começa assim:

Newspapers in Argentina will only be sold in newsstands: "52389_kiosco_diarios.jpgArgentinean President Cristina Fernandez de Kirchner signed on Wednesday a decree that regulates the distribution of newspapers and magazines and recognises newsstands clerks as the only workers allow to sell them, El Clarin reported.

The new regulation stipulates the creation of a national registry of newsstands in order to combat unauthorised sale channels such as supermarkets and gas stations, Terra.com.ar explained.

Photo source: El Diario 24
"

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Celso Arnaldo, a candidata e o PNAD: o analfabetismo visto por quem é do ramo

"A candidata à Presidência inventada por Lula não teria nenhuma chance de êxito se fosse candidata a uma vaga no Enem, comprova o texto de Celso Arnaldo sobre o palavrório de Dilma Rousseff nesta quarta-feira. Na continuação da série “Tema do Dia”, a doutora em nada examinou os números do PNAD. Num dos melhores momentos do naufrágio, atracou-se com o analfabetismo. Ficou evidente que Dilma sabe perfeitamente o que é isso:

Por trás da presidente pré-eleita Dilma Rousseff, há um indispensável grupo de “puppeteers”. Perdoem o termo em inglês: não conheço uma boa e solitária palavra em português para designar os manipuladores de fantoches (“puppets”), os sujeitos que ficam atrás da cortininha puxando as cordas que acionam os movimentos mecânicos e sempre artificiais dos bonecos de pano. Acho que deu para captar a ideia.

Pois bem: uma das funções dos PuppeTeers de Dilma é prepará-la para o “tema do dia” – pois nenhum tema lhe é familiar. No dia 7 de setembro, deu no que deu: Dilma proclamou sua ignorância, mais uma vez. O problema é que puppeteer não é ventríloquo. Quando Dilma abre a boca, a voz é sempre dela. E aí a pantomima vira drama, tragédia mesmo.

Ontem, atada às cordinhas invisíveis de seus manipuladores, o fantoche foi jogado às feras da imprensa com um chumaço de papéis nas mãos, num hangar de Brasília onde ela embarcaria em seu jatinho privativo para um destino qualquer. Ali mesmo se montou o púlpito. Nos papéis, os números do último PNAD, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Sim, esse era o tema do dia – o desastre do dia. Afogada em números e nas palavras que tentavam explicá-los, Dilma deu outra amostra de que sua Presidência será uma fraude – mas muito divertida, se Deus se apiedar de nós.

“Vou cumeçá pela população”, anuncia a demógrafa Dilma Rousseff, já demonstrando pleno domínio do assunto. Querem apostar como vem um “eu acho” por aí?

“Eu acho que tem algumas notícias muito boas. Porque a população tá vivendo mais. No caso das mulheres, é importante dizê que nós, né meninas?, continuamos sendo a maioria e qui, e somos mais longevas e por isso nos concentramos, infelizmente prus rapazes, nos concentramos nas idades mais, mais avançadas, até porque sobrevivemos mais, né?”

Meninas, rapazes – Dilma está aprendendo a interagir com os jornalistas. Pena que ainda não saiba interagir com números e com premissas básicas. Quais seriam as “noticias boas”? Estamos vivendo mais? Estamos vivendo mais desde 1900, pelo menos – não chega a ser uma notícia. As mulheres ainda são maioria? Lógico: do PNAD 2009 para cá, seria mais fácil Serra virar sobre Dilma do que os homens sobre as mulheres – os números se consolidaram em 52% a 48% (“…e somos mães dos outros 48”, ela não dizia?). E essa história de as mulheres se concentrarem nas idades mais avançadas não é por espontânea vontade, pois não?

Ok, Dilma não tem preparo nem para ser recenseadora do IBGE, mas de educação ela entende:

“Eu achei muito importantes os dados sobre educação. Isso não significa que a gente não tenha de acelerá e tê empenho de ampliá por exemplo a proporções de jovens, de 15 a 17 anos, que, apesar de ter aumentado, né, é, eu acho, das coisas suscetíveis”.

Não custa lembrar: embora soe como uma daquelas batatadas que vão parar na internet na rubrica “as pérolas do ENEM”, é a interpretação da futura presidente da República sobre dados importantíssimos do sistema educacional do país. Por aí se vê o tamanho da encrenca que vem por aí.

Mas é na análise dos números sobre o analfabetismo que Dilma se supera – talvez pelo princípio da atração dos semelhantes.

“Queria destacá também a queda no analfabetismo, que hoje se concentra em população, né, acima de 50 anos e na região rural. Mas isso é uma boa notícia por um lado e uma ruim por o outro”.

Dilma começa aí a desenvolver um raciocínio que atingirá seu auge no parágrafo seguinte: os analfabetos acima dos 50 anos não se tornaram analfabetos, mas continuam a sê-lo como eram antes dos 50. Aliás, pensando bem, essa é a notícia boa:

“É uma boa notícia porque ocê num está tendo mais o analfabetismo gerado nas faixas de idade mais baixa”

Não é boa, é ótima! Aliás, não há notícia ruim na pesquisa do PNAD – nem os 14 milhões de analfabetos que ali aparecem. Porque pessoas mais jovens não ficam analfabetas se já souberem ler e escrever. Casos como o de dona Lindu, que nasceu analfabeta, são coisa do passado. A conclusão de Dilma é digna daqueles célebres c.q.d dos matemáticos de Harvard:

“Portanto, o analfabetismo que existe no Brasil, na sua grande maioria, se concentra em processos de analfabetismo que ocorria no Brasil no passado, quando essas pessoas de 50 anos tinham di tê tido escolarização e não tiveram”.

Pronto: a culpa é do FHC. Uma pergunta: quem diz “tinham di tê tido” é o quê?




Editorial do Estadão de 09/09/2010

Lula e a contínua desmoralização das instituições:

"Tão profícua tem sido a atuação do presidente Lula na desmoralização das mais importantes instituições do Estado brasileiro, que se torna missão complexa avaliar o que efetivamente tem sido realizado nesse campo, aí sim como nunca antes neste país. Como a lista é longa, melhor ficar nos exemplos mais notórios.

O presidente Lula desmoralizou o Congresso Nacional ao permitir que o então chefe de seu Gabinete Civil, o trêfego José Dirceu, urdisse e implantasse um amplo esquema de compra de apoio parlamentar - o malfadado mensalão. Essa bandidagem custou ao chefe da gangue o cargo de ministro. Mas seu trânsito e influência dentro do governo permanecem enormes, com a indispensável anuência tácita do chefão.

Denunciado o plano de compra direta de apoio de deputados e senadores, o governo petista passou a se compor com toda e qualquer liderança disposta a trocar apoio por benesses governamentais, não importando o quanto de incoerência essas novas alianças pudessem significar diante do que propunha, no passado, a aguerrida ação oposicionista de Lula e de seu partido na defesa intransigente dos mais elevados valores éticos na política. Daí estarem hoje solidamente alinhadas com o governo as mais tradicionais oligarquias dos rincões mais atrasados do País - os Sarneys, os Calheiros, os Barbalhos, os Collors de Mello, todos antes vigorosamente apontados pelo lulo-petismo como responsáveis, no mínimo, pela miséria social em seus domínios. Essa mudança foi recentemente explicada por Dilma Rousseff como resultado do “amadurecimento” político do PT.

O presidente Lula desmoralizou a instituição sindical ao estimular o peleguismo nas entidades representativas dos trabalhadores e, de modo especial, nas centrais sindicais, transformadas em correia de transmissão dos interesses políticos de Brasília.

O presidente Lula tentou desmoralizar os tribunais de contas ao acusá-los, reiteradas vezes, de serem entrave à ação executiva do governo por conta do “excesso de zelo” com que fiscalizam as obras públicas.

O presidente Lula desmoralizou os Correios, antes uma instituição reconhecida pela excelência dos serviços essenciais que presta, ao aparelhar partidariamente sua administração em troca, claro, de apoio político.

O presidente Lula desmoralizou o Tribunal Superior Eleitoral, e, por extensão, toda a instituição judiciária, ao ridicularizar em público, para uma plateia de trabalhadores, multas que lhe foram aplicadas por causa de sua debochada desobediência à legislação eleitoral.

Mas é preciso reconhecer que pelo menos uma lei Lula reabilitou, pois andava relegada ao olvido: a lei de Gerson. Aquela que, no auge do regime militar e do “milagre brasileiro”, recomendava: o importante é levar vantagem em tudo. Esse sentimento que o presidente nem tenta mais disfarçar - tudo está bem se me convém - só faz aumentar com o incremento de seus índices de popularidade e sinaliza, por um lado, a tentação do autoritarismo populista, enquanto, por outro lado, estimula a erosão dos valores morais, éticos, indispensáveis à promoção humana e a qualquer projeto de desenvolvimento social.

O presidente vangloria-se do enorme apoio popular de que desfruta porque a economia vai bem. Indicadores econômicos positivos, desemprego menor, os brasileiros ganhando mais, Copa do Mundo, Olimpíada. É verdade, mesmo sem considerar que Lula e o PT não fizeram isso sozinhos, pois, embora não tenham a honestidade de reconhecê-lo, beneficiaram-se de condições construídas desde muito antes de 2002 e também de uma conjuntura internacional política e, principalmente, econômica, que de uma maneira ou de outra acabou sendo sempre favorável ao Brasil nos últimos anos.

Mas um país não se constrói apenas com indicadores econômicos positivos. São necessárias também instituições sólidas, consciência cívica, capacidade cidadã de avaliar criticamente o jogo político e as ações do poder público. Nada disso Sua Excelência demonstra desejar. Oferece, é verdade, pão e circo. Não é pouco. Mas é muito menos do que exige a dignidade humana, senhor presidente da República!"

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Dilma não sabe o significado da palavra “institucional”

"Tentando negar o óbvio — é uma candidata sob tutela, incapaz de dar as próprias respostas —, Dilma afirmou que Lula foi ontem ao ar para dar uma resposta “institucional” à oposição (ver post abaixo). A petista certamente desconhece o sentido da palavra. Eu poderia fazer aqui um ensaio sobre mentalidades e encontrar a raiz dessa ignorância em sua trajetória política. Afinal, escolheu métodos nada institucionais de atuar na vida pública — e se orgulha até hoje da opção que fez. Não há uma só pessoa afinada com os princípios da dignidade humana que possa achar que ações terroristas, que vitimam inocentes, acabam concorrendo para o bem. A oposição não levou tal questão, nem levaria, ao horário eleitoral. Há coisas que a marquetagem considera “baixaria”. Às vezes, a “baixaria” é nada menos do que a biografia do sujeito. Adiante. Dizia que Dilma não sabe o que quer dizer o adjetivo “institucional”.

A “instituição”, substantivo em nome do qual Lula DEVERIA FALAR, se chama “Presidência da República”, o cimo do Executivo, um dos Poderes da República (no caso do Brasil, uma tríade garante a unidade política) regulados pela Constituição, por leis complementares e códigos que organizam a vida em sociedade.

Embora o chefe do Executivo seja eleito pela maioria dos votantes, a sua função institucional é governar a todos sem distinção, mesmo àqueles que lhe recusaram seu voto. A República faz a devida distinção entre o chefe de um partido e o chefe de um governo. Assim, é descabido, inaceitável, absurdo, que um presidente da República, ainda que evocando a sua condição de simples militante partidário, se refira ao candidato da oposição como “aquele do contra”, que “torce o nariz para as conquistas do povo brasileiro” — , especialmente quando, como no caso do presidencialismo brasileiro, esse líder também é chefe de estado. Essa é a fala de um chicaneiro, não a de um chefe máximo de um Poder.

Ainda mais sério: um presidente da República jura cumprir a Constituição no curso de seu mandato. Os petistas de Lula agrediram essa Constituição. Em seu discurso, ele os protege e ataca as vítimas: ignora o crime e fala em “falsidades e mentiras”, como se tudo não passasse de uma grande farsa. É a isso que Dilma chama fala “institucional”? A observação só prova que, sozinha, ela é mesmo uma sem-jeito. Se eleita, a disputa de foice no escuro entre PMDB e PT vai ser pela tutela do governo e da presidente. E, nessa hipótese, torçamos para que Deus esteja conosco — porque todo o resto estaria contra nós.

Não! Dilma não sabe o que quer dizer a palavra “institucional”. Tio Rei explica para ela. Isso Lula não pode lhe “transferir”. Tampouco pode falar em lugar dela."

Esta foi a nota do Reinaldo Azevedo. Faço uma correção: Lula também não sabe o que quer dizer a palavra "institucional"; e a imensa maioria dos eleitores petistas!

Perguntas para Dilma


O Globo entrevistará nesta semana os principais candidatos à sucessão de Lula. Dilma fugiu da entrevista. Serra e Marina irão.

Pedi no twitter do blog perguntas que os leitores gostariam de fazer a Dilma. Selecionei algumas. Se a candida quiser respondê-las aqui, terá toda o espaço que precisar.

* O que a senhora faria se descobrisse que gente ligada ao PSDB quebrou o sigilo fiscal de sua filha?

* Como e onde contruiria as seis mil creches anunciadas se em oito anos de governo não construiu nenhuma?

* Como a senhora, se eleita, pretende se relacionar com o Irã, onde apedrejam mulheres e enforcam homossexuais? Será amiga, como é Lula?

* Lula disse que era "futrica" essa história de quebra de sigilo. A senhora concorda com ele?

* A senhora acredita em Deus? E que a Bíblia é a palavra de Deus?

* No que a senhora é melhor do que Serra? Por que eu deveria lhe dar meu voto?

* Para qual candidato a senhora acha que O Globo faz campanha?

* Qual a diferença entre rubrica e assinatura?

* O que acha do fato de Collor pedir votos para a senhora?

* Cadê o dinheiro do cofre do ex-governador Adhemar de Barros que a senhora, na época da ditadura, ajudou a roubar?

* Se José Dirceu e Antonio Palocci não tivessem saído do governo, a senhora acha que seria a candidata do PT à sucessão de Lula?

* A senhora acha que grandes jornais como O Globo, a Folha de S. Paulo e o Estado de São Paulo conservaram ou perderam sua credibilidade nos últimos anos?

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Um Lula fascistóide no horário eleitoral.Ou: Perder a eleição é do jogo; não dá é para perder a vergonha

Se alguém achava que Lula já havia atingido o limite da abjeção política nos palanques ao se referir ao tucano José Serra como “o bicho”, viu há pouco, no horário eleitoral, que ele, à sua maneira, sempre “pode mais”. O presidente da República chamou o tucano José Serra de “o candidato da turma do contra”, aquele que “torce o nariz para tudo”, acusando a oposição de “mentiras e calúnias”, de “cometer um crime contra o Brasil” e de preconceito “contra a mulher”.

Lula usa, assim, a sua popularidade para tentar satanizar o adversário de seu partido, apresentando-se, uma vez mais, como o protetor de Dilma, aquele que fala em defesa da “mulher”, que estaria sendo agredida. E quem não está com eles não tem “amor pelo Brasil”.

É uma fala fascistóide. Nas democracias, é a oposição que dá legitimidade a um governo. Embora as pesquisas indiquem que Dilma exerce uma liderança folgada, é Lula quem parte para o vale-tudo; é Lula quem deixa claro que pode recorrer a qualquer expediente para vencer.

Eu antevia que ele poderia chegar a isso — e pode fazer muito mais caso a eleição caminhe para um segundo turno. Por isso, no dia 4, escrevi um texto intitulado Chegou a hora de a campanha da oposição entrar no “modo da resistência institucional; é preciso chamar lula às falas. Destaco alguns trechos:

*
A gravidade das violações de sigilo na Receita Federal subiu estupidamente de patamar depois da fala de ontem de Lula, no Rio Grande do Sul. Ela pede uma reação enérgica da oposição - e não cabe nem mesmo o cálculo se uma resposta à altura dá ou tira votos. Estou convencido, sem prejuízo de o tucano José Serra continuar a apresentar suas propostas, de que a campanha da oposição entra no que eu chamaria “Modo de Resistência Institucional”. Ontem, Lula usou a sua popularidade para pedir carta branca à sociedade para fazer o que bem entende. É preciso dizer com todas as letras: ONTEM, LULA REIVINDICOU O DIREITO DE DAR UM GOLPE DE ESTADO, tendo, circunstancialmente, as urnas como arma.

Se alguma dúvida havia sobre o compromisso de Lula com a democracia, ela se desfez ontem. Não tem compromisso nenhum! Está evidenciado que ele a usa como arma tática e que a escalada petista supõe a desconstrução do estado de direito conforme nós o conhecemos.

(…)

Sim, agora é preciso entrar no MODO DE RESISTÊNCIA INSTITUCIONAL. E o próprio presidente Lula - pouco importa se sua popularidade atingiu 8795%, segundo a última medição Vox Diaboli - tem de ser chamado às falas.

(…)

O sr. Lula precisa saber que, na democracia, “a gente convence o eleitor a votar na gente” segundo regras - todas aquelas que o PT tem desrespeitado sistematicamente. Na democracia, a gente “vai para a rua” não para pisotear as leis, mas para pedir a sua efetiva aplicação. Método típico de uma ditadura é fraudar o sigilo fiscal e bancário de adversários. Método típico de uma ditadura é organizar bunkers de bandidos para produzir dossiês. Método típico de uma ditadura é querer criar constrangimentos morais para que as pessoas exerçam o direito, também ele constitucional, de recorrer à Justiça. Método típico de ditadura é considerar a violação da Constituição mera “futrica”.

(…)

Outro valor mais alto se alevanta. Se o custo de a oposição dizer o que tem de ser dito - QUE O PRESIDENTE LULA, NA PRÁTICA, PROTEGE CRIMINOSOS AO DAR DECLARAÇÕES COMO A DE ONTEM - for perder votos, que assim seja. Com quantos a democracia e o estado de direito, VIVIDOS NA PRÁTICA, podem contar? Pois que a causa siga com estes bons.

(…)

As lideranças do país que deploram a contínua violação da Constituição, das leis e do decoro têm apenas um caminho: voltar ao livro-texto da democracia e do estado de direito e repudiar, sem meias-palavras, o discurso irresponsável de Lula.

(…)

Hora de perceber a gravidade da questão e de ter uma reação correspondente - nem que seja, reitero, para mobilizar os poucos e bons. Assim me expresso apenas para encarecer o momento já que, de fato, são milhões os brasileiros que não estão dispostos a ceder a Lula e ao PT os seus direitos constitucionais. Fossem apenas os 300 de Esparta, então se deveria lutar com eles. Mas há muito mais gente do que isso pronta para resistir.

CHEGOU A HORA DE A CAMPANHA DA OPOSIÇÃO ENTRAR NO “MODO DA RESISTÊNCIA INSTITUCIONAL”. É PRECISO CHAMAR LULA ÀS FALAS. TALVEZ ISSO CUSTE AINDA MAIS VOTOS. PARA O VALOR QUE SE QUER E QUE SE TEM DE PRESERVAR, ELES NÃO FAZEM FALTA.

Perder a eleição é do jogo. Não dá é para perder a vergonha!"

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O PT da criatura

Nações irmãs: "

“O Irã é o país mais democrático e livre do Oriente Médio. Não há palavras para descrever a relação do povo iraniano com seu líder. No Irã, os jornais são livres para publicar matérias”.


Mohsen Shaterzadeh, embaixador do Irã no Brasil, revelando que achou perfeitamente aplicável ao próprio país o palavrório que vive ouvindo de Franklin Martins.

"

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Uma ótima nova!

Vamos errar de novo?

Artigo irretocável de Ferreira Gullar (grifos meus):

Vamos errar de novo?
FAZ MUITOS ANOS já que não pertenço a nenhum partido político, muito embora me preocupe todo o tempo com os problemas do país e, na medida do possível, procure contribuir para o entendimento do que ocorre. Em função disso, formulo opiniões sobre os políticos e os partidos, buscando sempre examinar os fatos com objetividade.
Minha história com o PT é indicativa desse esforço por ver as coisas objetivamente. Na época em que se discutia o nascimento desse novo partido, alguns companheiros do Partido Comunista opunham-se drasticamente à sua criação, enquanto eu argumentava a favor, por considerar positivo um novo partido de trabalhadores. Alegava eu que, se nós, comunas, não havíamos conseguido ganhar a adesão da classe operária, devíamos apoiar o novo partido que pretendia fazê-lo e, quem sabe, o conseguiria.
Lembro-me do entusiasmo de Mário Pedrosa por Lula, em quem via o renascer da luta proletária, paixão de sua juventude. Durante a campanha pela Frente Ampla, numa reunião no Teatro Casa Grande, pela primeira vez pude ver e ouvir Lula discursar.
Não gostei muito do tom raivoso do seu discurso e, especialmente, por ter acusado "essa gente de Ipanema" de dar força à ditadura militar, quando os organizadores daquela manifestação -como grande parte da intelectualidade que lutava contra o regime militar- ou moravam em Ipanema ou frequentavam sua praia e seus bares. Pouco depois, o torneiro mecânico do ABC passou a namorar uma jovem senhora da alta burguesia carioca.
Não foi isso, porém, que me fez mudar de opinião sobre o PT, mas o que veio depois: negar-se a assinar a Constituição de 1988, opor-se ferozmente a todos os governos que se seguiram ao fim da ditadura -o de Sarney, o de Collor, o de Itamar, o de FHC. Os poucos petistas que votaram pela eleição de Tancredo foram punidos. Erundina, por ter aceito o convite de Itamar para integrar seu ministério, foi expulsa.
Durante o governo FHC, a coisa se tornou ainda pior: Lula denunciou o Plano Real como uma mera jogada eleitoreira e orientou seu partido para votar contra todas as propostas que introduziam importantes mudanças na vida do país. Os petistas votaram contra a Lei de Responsabilidade Fiscal e, ao perderem no Congresso, entraram com uma ação no Supremo a fim de anulá-la. As privatizações foram satanizadas, inclusive a da Telefônica, graças à qual hoje todo cidadão brasileiro possui telefone. E tudo isso em nome de um esquerdismo vazio e ultrapassado, já que programa de governo o PT nunca teve.

Ao chegar à presidência da República, Lula adotou os programas contra os quais batalhara anos a fio. Não obstante, para espanto meu e de muita gente, conquistou enorme popularidade e, agora, ameaça eleger para governar o país uma senhora, até bem pouco desconhecida de todos, que nada realizou ao longo de sua obscura carreira política.
No polo oposto da disputa está José Serra, homem público, de todos conhecido por seu desempenho ao longo das décadas e por capacidade realizadora comprovada. Enquanto ele apresenta ao eleitor uma ampla lista de realizações indiscutivelmente importantes, no plano da educação, da saúde, da ampliação dos direitos do trabalhador e da cidadania, Dilma nada tem a mostrar, uma vez que sua candidatura é tão simplesmente uma invenção do presidente Lula, que a tirou da cartola, como ilusionista de circo que sabe muito bem enganar a plateia.
A possibilidade da eleição dela é bastante preocupante, porque seria a vitória da demagogia e da farsa sobre a competência e a dedicação à coisa pública. Foi Serra quem introduziu no Brasil o medicamento genérico; tornou amplo e efetivo o tratamento das pessoas contaminadas pelo vírus da Aids, o que lhe valeu o reconhecimento internacional. Suas realizações, como prefeito e governador, são provas de indiscutível competência. E Dilma, o que a habilita a exercer a Presidência da República? Nada, a não ser a palavra de Lula, que, por razões óbvias, não merece crédito.
O povo nem sempre acerta. Por duas vezes, o Brasil elegeu presidentes surgidos do nada -Jânio e Collor. O resultado foi desastroso. Acha que vale a pena correr de novo esse risco?

Analista que acessou dados do tucano Eduardo Jorge em Minas é filiado ao PT

Analista que acessou dados do tucano Eduardo Jorge em Minas é filiado ao PT: "

Por Renato Andrate, do Estadão Online


O analista tributário Gilberto Souza Amarante, que trabalha para Receita Federal no interior de Minas Gerais e acessou dez vez os dados fiscais do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, é filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT) desde 2001.


De acordo com os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Amarante é um dos 276 filiados do PT que votam na cidade de Arcos, vizinha ao município mineiro de Formiga, onde o analista acessou, no dia 3 de abril de 2009, o CPF de Eduardo Jorge dez vezes em menos de um minuto.


A identificação de Amarante foi feita pelo Estado com base no número do título de eleitor e do registro no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do analista tributário. A situação do registro de filiação de Amarante é classificada como “regular” pelo sistema do TSE. O servidor do Fisco vota na 18ª zona eleitoral, na seção 35, que fica na Casa de Cultura de Arcos.


A agência da Receita Federal responsável pela região do município de Arcos é sediada em Formiga e está subordinada à Delegacia de Divinópolis, a 124 quilômetros da capital Belo Horizonte (MG).


Eduardo Jorge, que tem domicílio fiscal no Rio de Janeiro, não tem negócios nem imóveis na cidade mineira de Formiga, o que reforça a suspeita de violação de seus dados pelo analista. Os acessos feitos a partir do computador no interior de Minas aconteceram seis meses antes do início da série de violações de sigilos fiscais de dirigentes tucanos e da filha do candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra.


Os dados fiscais de Verônica foram obtidos pelo contador Antonio Carlos Atella Ferreira, que era filiado ao PT quando usou uma procuração forjada para acessar os dados da filha do ex-governador de São Paulo. O PT afirma que o pedido de filiação de Atella não foi concluído, mas o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) confirmou o registro da filiação.


Os acessos aos dados de EJ pelo analista de Formiga foram identificados pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), que à pedido da Receita fez uma “Apuração Especial”, relacionando todas as consultas envolvendo o CPF do vice-presidente do PSDB no período entre 2 de janeiro e 19 de junho de 2009.


Todas as consultas feitas por Amarante aconteceram em questão de segundos. De acordo com o documento obtido pelo Estado, o primeiro acesso aos dados de Eduardo Jorge aconteceu às 16h32m18s. O último ocorreu às 16h32m59s. Todas as consultas foram feitas pelo mesmo usuário, a partir de um único computador.


Além de EJ e Verônica Serra, os sigilos fiscais de outros tucanos também já foram violados por servidores da Receita. No dia 8 de outubro do ano passado, os dados do economista Luiz Carlos Mendonça de Barros foram acessados, bem como os de Gregorio Marin Preciado (empresário casado com uma prima de Serra) e de Ricardo Sérgio, ex-diretor do Banco do Brasil no governo Fernando Henrique Cardoso.


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Errou de novo.

Errou de novo.: "
Acima, a explicação dada pelo blogueiro e jornalista Ricardo Noblat, hoje, na página 2 de O Globo. O 'erro' só não foi maior do que o de Romero Jucá (PMDB), que em pleno Jornal Nacional afirmou que estava provado que a procuração de Verônica Serra era verdadeira.Mas o caso de Noblat teve um agravante: ao contrário de Jucá, que é líder do governo no Senado, ele é jornalista e blogueiro, do qual todos devemos cobrar isenção e independência. Depois de reconhecer o 'erro', Noblat continua com a sua coluna e, puxando de volta o tal comentário ao site da Globo, idealiza a forma como o governo deveria ter agido. Baixou um misto de João Santana com Franklin Martins no blogueiro. Vai aos mínimos detalhes na sua orientação sobre 'como deveriam ter enfrentado o problema', chegando ao ápice de concluir que, no final, se o Governo agisse de acordo com os seus conselhos ' a oposição ainda seria obrigada a elogiar o governo'. A vítima aplaudiria o criminoso e ainda diria: obrigado por terem violado o sigilo da minha filha! Noblat ensina, com uma didática irretocável, que o crime eleitoral e fiscal poderia ter sido resolvido com base em uma estratégia ardilosa, quando deveria pedir, por exemplo, a riogorosa punição dos culpados. Preferiu mostrar como o Governo poderia ter embromado a Oposição, em vez de criticar as sucessivas tentativas que estão sendo feitas para abafar o caso. Optou por 'orientar' o Governo sobre como ele poderia ter escapado das justas acusações que têm recebido, feitas por homens de bem e por cidadãos brasileiros,com base na Constituição Federal. Virou advogado do Lula, da Dilma e do PT. José Dirceu, colunista do seu Blog, não teria montado uma defesa melhor para os seus mais importantes clientes. No final, como o governo não agiu de acordo com os seus conselhos, o Noblat finalmente aceita que o crime está configurado. Na verdade, sempre foi crime. O crime não mudou. O que mudou foi o jornalista e blogueiro, atropelado pelos fatos.
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Tem uma frase na coluna do Noblat que diz o seguinte: ' se a imprensa tivesse decidido esperar, é bem possível que nada ficasse esclarecido até o dia da eleição'. Ainda bem que, apesar de tudo, existe alguma imprensa no Brasil. Tomara que exista alguma lei, ainda.
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domingo, 5 de setembro de 2010

Luz para tolos.

Luz para tolos.: "

Matéria com a manchete de capa da Folha de São Paulo:

A propaganda eleitoral tem apresentado a candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT) como uma eficiente gestora. Um erro cometido à frente do Ministério de Minas e Energia, contudo, coloca em xeque essa imagem. A falha foi apontada pelo TCU (Tribunal de Contas da União), em um processo que se arrastou por sete anos, e corroborada por uma auditoria do próprio governo. Segundo as decisões do tribunal, Dilma tardou em reconhecer e corrigir deficiências na tarifa social, um benefício concedido a consumidores de luz de baixa renda. O erro resultou no gasto inadequado, entre 2002 e 2007, de R$ 2 bilhões de um fundo mantido por consumidores de todo o país. Do total, R$ 989 milhões corresponderam à passagem de Dilma pelo ministério, de 2003 a 2005. A tarifa é coberta por um encargo embutido na conta de luz, a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético). Gerido pelo governo, o fundo CDE remunera as distribuidoras de energia de acordo com o número de famílias beneficiadas pela tarifa social, além de bancar o Luz para Todos e outros programas federais. Os R$ 2 bilhões que, segundo o TCU, foram desperdiçados, poderiam ter sido usados para investimentos federais ou mesmo na ajuda a famílias pobres. Na época, um dos critérios para a concessão do benefício era o consumo residencial. Os técnicos do tribunal, contudo, concluíram que consumidores que gastavam pouco (até 80 kWh por mês), não eram, necessariamente, pobres -caso de donos de casas de veraneio. Por outro lado, consumidores de fato pobres ficavam de fora do desconto, pois podiam registrar consumo acima de 80 kWh/mês, devido ao alto número de moradores sob um mesmo teto. Ou seja, consumidores pobres subsidiaram ricos. O tribunal propôs, então, a reformulação dos critérios do benefício, criado em abril de 2002, último ano do governo FHC. Em três comunicados, o TCU alertou a ministra Dilma sobre o problema. Mas Minas e Energia só contratou o estudo requisitado pelo TCU em 2006, quando Dilma já tinha ido para a Casa Civil. E a lei acabou sendo alterada apenas em 2010. A primeira advertência ocorreu em abril de 2003. O então presidente do tribunal, Valmir Campelo, informou que os ministros, em votação no plenário, haviam aprovado acórdão que apontava as inconsistências. O texto recomendava à ministra, 'com a urgência que o assunto requer', que adotasse cinco medidas, incluindo a contratação de estudo que indicasse o cálculo mais adequado para a tarifa. Em 2004, o TCU mandou para o ministério um grupo de analistas, que por 19 dias avaliou se as recomendações haviam sido adotadas. A equipe concluiu que a ministra não tinha feito as mudanças nem contratado o estudo. O ministério alegou dificuldades para unificar o cadastro dos programas sociais e pediu mais tempo. A explicação não convenceu. 'Tal postura é preocupante', advertiram os analistas. Em 2005, os ministros do TCU reiteraram as recomendações de 2003. Dilma foi notificada, por duas vezes, no mês de fevereiro. Dois meses depois da saída de Dilma da pasta, o novo ministro, Silas Rondeau, criou um grupo de trabalho sobre o tema. O estudo requisitado desde 2003 foi contratado pelo governo no dia 16 de janeiro de 2006. A partir daí, o governo trabalhou para aprovar uma lei sancionada por Lula em janeiro deste ano.
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Dilma 1,99 Rousseff

Dilma 1,99 Rousseff: "

“Depois de falir como comerciante, Dilma Rousseff voltou correndo para o aparelho estatal. A loja de produtos panamenhos e chineses foi expurgada de sua biografia oficial. O fracasso revela a verdadeira natureza de Dilma Rousseff: ela só existe como acessório do PT”


Dilma Rousseff era uma apaniguada do PDT. Quando saiu do PDT, ela virou uma apaniguada do PT. Desde seu primeiro trabalho, trinta anos atrás, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Dilma Rousseff sempre foi assalariada do setor estatal. E no setor estatal ela sempre foi apadrinhada por alguém. O PT loteou o estado. Nesse ponto, Dilma Rousseff é a mais petista dos petistas. Porque durante sua carreira todos os cargos que ela ocupou foram indicados por alguma autoridade partidária. Dilma Rousseff é o Agaciel Maia dos Pampas. Ambos pertencem à mesma categoria profissional. Tiveram até cargos análogos. Agaciel Maia, apaniguado de José Sarney, foi nomeado diretor-geral do Senado.


Dilma Rousseff, apaniguada de Carlos Araújo, foi nomeada diretora-geral da Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Além de ser um dos mandatários da esquerda gaúcha, Carlos Araújo era também o marido de Dilma Rousseff, garantindo esse gostinho pitoresco de Velha República cartorial e nepotista.


A loja de produtos importados de Dilma Rousseff foi inaugurada em 1995. Fechou quinze meses depois. Foi o primeiro e último trabalho que ela teve fora do sistema de loteamento partidário. Deu errado. Carlos Araújo, seu financiador, acabou perdendo dinheiro. O dono de uma tabacaria localizada perto da loja de Dilma Rousseff contou o seguinte à Folha de S.Paulo: “A gente esperava uma loja com artigos diferenciados, mas quando ela abriu era tipo R$ 1,99”. A especialidade de Dilma Rousseff eram os brinquedos chineses importados da Zona Franca de Colón, no Panamá. Em particular, os bonecos dos “Cavaleiros do Zodíaco”, escolhidos pessoalmente por ela. O Brasil de Dilma Rousseff será assim: um entreposto de muambeiros panamenhos inteiramente tomado pela pirataria chinesa. É o Brasil a R$ 1,99. Dilma Rousseff, com seu mestrado galáctico, será nossa Saori Kido, a Deusa da Sabedoria dos “Cavaleiros do Zodíaco”. José Dirceu, com sua armadura vermelha, será nosso Dócrates mensaleiro.


Depois de falir como comerciante, Dilma Rousseff voltou correndo para o aparelho estatal, onde ninguém perde dinheiro e o único cliente é o partido. A loja de produtos panamenhos e chineses foi convenientemente expurgada de sua biografia oficial. O fracasso do empreendimento, porém, revela a verdadeira natureza de Dilma Rousseff: ela só existe como um acessório do PT, exatamente como os sabotadores da Receita Federal que violaram o imposto de renda da filha de José Serra e fraudaram seus documentos. O Brasil está à venda por R$ 1,99. Ou fechamos as portas de Dilma Rousseff, ou ela fechará as nossas portas.




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